18 de março de 2011

Poesia: "A casa"

Além do projeto "Brincadeira é coisa séria" estamos aproveitando o interesse natural das crianças pela escrita e trabalhando algumas poesias.Nem preciso dizer que elas estão adorando ouvir a cada dia uma poesia diferente.Ficam tão encantados que ainda pedem para levar a poesia para casa!
Nesta semana falamos sobre a poesia "A casa" de Vinícius de Moraes,li a poesia em voz alta,registrei em um cartaz e todos puderam acompanhar a leitura do texto(muitos já conheciam a música) e isso facilitou a pseudo-leitura!
Cada aluno fez a sua leitura,se colocando como leitor do texto,acompanhando com o dedinho.
Após a leitura pedi que fizessem uma ilustração e aí começaram os qustionamentos que eu ADOREI:
-Como vamos desenhar a casa se ela não tinha nada?
-Se não tinha chão nem dá para desenhar esta casa!
-O que quer dizer esmero?
Chegaram a conclusão que a casa não existia na "vida real" e sim na nossa imaginação!Então propus que cada um imaginasse a casa que quisesse e fizesse um desenho.

mural com a poesia e as ilustrações

Surgiram casas para todos os gostos: casas em forma de monstro, de maçã,casinhas na floresta,prédios e casa da fazenda!
É muita criatividade desses meus pequenos!

14 de março de 2011

14 de março-Dia Nacional da poesia

O Dia Nacional da Poesia, não por acaso, coincide com a comemoração do nascimento do grande escritor baiano Castro Alves. Poeta do Romantismo, foi autor de belíssimas obras, como o “Navio Negreiro” e “Espumas Flutuantes”.
Há outros nomes importantes da poesia brasileira que fizeram algumas poesias voltadas para o universo infantil e as crianças adoram ouvir e fazer atividades relacionadas:

Cecília Meireles
Leilão de jardim


Quem me compra um jardim
com flores?

borboletas de muitas
cores,
lavadeiras e
passarinhos,
ovos verdes e azuis
nos ninhos?

Quem me compra este
caracol?

Quem me compra um raio
de sol?

Um lagarto entre o muro
e a hera,

Uma estátua da
Primavera?

Quem me compra este
formigueiro?

E este sapo que é
jardineiro?

E a cigarra e a sua
canção?

E o grilinho dentro
do chão?





Maria Mazzetti
O que eu descubro


Pelo quintal, no jardim,
parece tudo quietinho...
não se ouve um barulhinho...

Mas embaixo das plantinhas
Um milhão de formiguinhas...

Entre as flores e entre as telhas,
passeiam muitas abelhas.

De um buraquinho redondo
vem saindo um marimbondo.

No tronco igual a uma lixa,
escorrega a lagartixa.

E debaixo de uma pedra,
bem debaixo escondidinha
Eu descubro a joaninha!


Vinícius de Moraes
A Casa
Era uma casa muito engraçada

Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos numero zero

 
José Paulo Paes
Convite


Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.

Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.

Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

13 de março de 2011

Precisa-se de professoras maluquinhas

Escritor, editor, repórter, cartunista, cartazista, desenhista, poeta, chargista, palestrante. A lista de ocupações de Ziraldo é longa e não pára de crescer. Os 130 livros infanto-juvenis que escreveu nesses 71 anos de vida e 23 anos dando palestras em colégios privados e particulares fazem dele, na sua própria definição, o maior Aspite (Assessor de Palpites Educacionais) do Brasil. E é nessa condição de aspite, de alguém que respeita os jovens e crianças ao não insultar suas inteligências, que Ziraldo recebeu a reportagem de Profissão Mestre. “Eu já disse para o Cristovam Buarque (ministro da educação) que é preciso mudar tudo na educação do nosso País”, conta. “A escola brasileira, em seu início, tem de ser formativa e não informativa”.
Preparando para a vida – Dessa visão de Ziraldo saem alguns conceitos revolucionários. Ele afirma, por exemplo, que não é contra a promoção automática. “Sou contra promoção e reprovação. Quando você dá o primeiro lugar para um menino, faz outros 30 meninos infelizes.”

Só que existe uma grande pressão por resultados, por boas notas. Em algumas instituições de ensino chega-se a fazer um “vestibulinho” para o ensino fundamental. As crianças, assim, são submetidas desde cedo a uma pressão, a uma cobrança dos pais que não é saudável, na visão do pai do Menino Maluquinho. “Eu sempre digo que o pior que um pai pode fazer pelo seu filho é fazer planos para o futuro dele, é prepará-lo para o futuro. A criança tem de ser feliz no presente. Se você agir assim, cobrando desempenho, você só vai angustiá-lo, não vai fazê-lo feliz. Menino que foi feliz vira um cara legal. E feliz é o menino que brinca, que volta para casa todo sujo. Eu não conheço nenhum canalha que tenha sido uma criança feliz”.

Assim, não é de se admirar que muitos alunos percam o gosto pelo estudo. A escola deixa de ser o lugar divertido, de descobertas que deveria ser e passa a ser um centro de pressão, disputas e estresse. “O problema é que as pessoas acham que a gente tem de sofrer para dar valor as coisas. Quando você exige que o seu filho tire dez em tudo, você só produz uma pessoa carregada, competitiva. Se você chega dessa maneira à idade da razão, na hora das decisões você vai usar uma razão deformada, que vê tudo como um jogo de ‘eu contra eles’. Nesse sentido, o maior inimigo da escola é o lar.”

O escritor acredita que seja por isso que o professor e os diretores devem trabalhar muito a família, trazê-la para dentro da escola. “Botar quem paga a mensalidade dentro da escola, discutir com eles”. Ziraldo afirma que essa característica, de envolver a família e a comunidade, é um dos setores em que muita escola pública leva vantagens sobre as escolas particulares: “A classe média e os ricos acham que pagam uma boa escola e isso basta. O operário tem sonho de ascensão, então ele participa mais da escola do filho, das reuniões de pais. Ele tem grande orgulho de ser pai e de estar ali. Ele quer que o seu filho tenha tudo o que ele não pode ter”, e completa dizendo que as coordenadorias e direções mais interessadas e atuantes que ele já viu estão em escolas públicas.

Professores maluquinhos – Que ninguém pense que essa visão é romântica ou alienada. Pelo contrário. Enfatizando o gosto pela escola, o amor pela leitura e a criatividade, Ziraldo está mais atual do que nunca. “Esse é um mundo onde precisamos, todos, sermos eternos aprendizes. Sem professores ao nosso lado, precisamos contar apenas com nossa curiosidade e nossa vontade de aprender”. E afirma que qualquer instituição de ensino pode estimular essas qualidades em seus alunos, se contar com um ingrediente: “o que mobiliza uma escola é sempre uma professora maluquinha. Uma pessoa absolutamente vocacionada, que em geral está sempre em conflito com uma diretora que não é vocacionada”.


Ziraldo conta que teve a sorte de ter uma “professora maluquinha” logo na primeira série. Ele conta que sua professora Cati chegava sempre com a bolsa cheia de livros e gibis e adorava contar histórias para os alunos. “Ela tinha 16 anos e não sabia de nada, mas adorava ler. Chegava na escola com a mala cheia de gibis. E lia os seus romances para nós. Quando tocava a sineta, nós entrávamos voando na sala porque queríamos ouvir as histórias e ler os gibis e livros que ela trazia”.

Alunos correndo para entrar em uma sala de aula, alegres. Quantas vezes isso acontece? Aquela professora fez com que todos passassem a ter o prazer pela leitura e pela escrita. E no final do ano todos os alunos foram reprovados. Os exames eram padrão, corrigidos na capital Belo Horizonte e a turma do Ziraldo não teve o conteúdo programático esperado. “Tomamos bomba, mas fazíamos redações maravilhosas. Dos 30 alunos da turma, seis viraram escritores.” É um começo da escola formativa defendida por nosso aspite.

E, no mesmo fôlego, ele afirma que falta de recursos ou de apoio não é desculpa para não ser um professor ou professora maluquinha. “Dá para fazer porque criar é tirar leite de pedra. Onde é que as civilizações nasceram? Nos lugares de intempérie. A criatividade é resultado das dificuldades. Então, neguinho diz que não fez porque não tinha recursos. E eu retruco: Ué, aí é que você tinha de fazer, pô.”

Ler por ler – Para terminar, Ziraldo deixa um alerta: a literatura não tem de ser exercício para nada. Não tem de ter contrapartida didática. O livro é maior que a vida, é maior que o próprio universo, pois o universo inteiro cabe dentro do livro. “Eu faço livro pela paixão pelo livro, eu faço livro para a criança gostar de ler, não para aprender conteúdos. O livro contém as duas coisas mais importantes do mundo, o tempo e o espaço. A palavra que vai dar sentido à sua vida é a palavra que está escrita. O sentido e o segredo da vida está escrito num livro”.

(Entrevista do Ziraldo a Revista Profissão Mestre)


















10 de março de 2011

Carnaval também é Arte!

Aproveitando o tema Carnaval fizemos essas máscaras com pratinho de papelão.Cada criança pintou do seu jeito e para finalizar colocamos palitos para segurarem e depois fizemos um baile de Carnaval com máscaras;



Elas adoraram!

Na aula de música as crianças confeccionaram um chocalho com copinhos de plástico e coloriram utilizando os dedinhos e cola colorida;