17 de agosto de 2011

"O ponto fraco da escola forte"

Final do ano quase chegando e já começamos a perceber a preocupação dos pais em qual escola matricular seu filho.Muitos acreditam no ensino tradicional e desejam que seus filhos entrem nas melhores escolas, na mais tradicionais com o objetivo de proporcionar um ensino que acreditam ser de qualidade!

Não vou discutir aqui a qualidade de ensino dessas escolas, mas gostaria de refletir com vocês sobre a importância de se conhecer bem o seu filho e quais as chances dele ser feliz (sim,eu quero uma escola onde minha filha seja feliz e não apenas que a entupam de conhecimentos abstratos)!


Para reflexão,colocarei trechos da matéria divulgada na Revista Época com o título: "O ponto fraco do ensino forte" de Martha Mendonça.

"Consideradas as melhores do país, quase sempre campeãs nas provas nacionais de avaliação, as escolas de ensino tradicional representam, na mente de muitos pais, uma esperança de sucesso para a vida dos filhos num mercado de trabalho competitivo. Apesar de seus resultados inquestionáveis e da procura crescente por escolas desse tipo, esse modelo agora começa a ser mais e mais questionado por seus efeitos colaterais.

O ensino tradicional surgiu na Europa do século XVIII como um modelo em que os alunos são ensinados e avaliados de forma padronizada. Ele se inspira na ideia de que a mente das crianças é uma tabula rasa, um espaço em branco sobre o qual os diversos conteúdos - gramática, matemática, ciências, história etc. - devem ser inscritos seguindo um método rigoroso de exposição e avaliação. Mais do que qualquer outra aptidão, valoriza o acúmulo de conhecimento: quanto mais fatos e fórmulas o aluno aprende, mais bem avaliado ele é.

Há anos, os colégios mais tradicionais e rígidos ocupam o topo da lista. "É comum hoje em dia pais e mães compararem as posições das instituições em que seus filhos estudam. Se os resultados das escolas não são bons, bate o sentimento de que se está fazendo algo errado". A competição já começa entre os pais,que se sentem bem ao dizer que seu filho está no melhor colégio!

Os educadores têm visto com ceticismo cada vez maior o sucesso desse modelo. Eles alertam sobre vários problemas que decorrem da estratégia convencional, baseada na combinação de competitividade e pressão por notas. A primeira limitação é a seleção natural que põe em prática. Esses colégios selecionam os alunos na hora da matrícula - com os famosos "vestibulinhos" - e, depois disso, acabam selecionando, pelo grau de dificuldade em acompanhar o ritmo, aqueles que ficam.

A pressão por boas notas pode causar estresse e doenças emocionais. E não garante sucesso no futuro

São escolas que, naturalmente, funcionam para os melhores. E os melhores, por motivos óbvios, não são todos. Nem sequer são a maioria. "No caso das escolas tradicionais e seus vestibulinhos, não são os pais que escolhem a escola. É a escola que acaba escolhendo os alunos que quer", diz Victor Paro, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Para ele, essa situação põe em xeque a própria qualidade desse tipo de ensino. Essas instituições têm as melhores médias de desempenho por terem a melhor pedagogia ou porque os alunos que passam pelo funil são os mais inteligentes, portanto serão os melhores, independentemente do método de ensino? "Certamente, elas têm valor. Mas é fato que, para entrar, os alunos já têm de ser bons", diz Paro.

Uma das grandes dificuldades dos pais é aceitar que a maioria dos filhos não se enquadra ou não tem condição de acompanhar o grau de exigência das escolas mais competitivas. Alguns pais acreditam que tirar o filho da escola mais conceituada é sinal de fracasso. Insistem nela - e isso acaba pesando ainda mais sobre os ombros do estudante. "A criança sofre porque não tem o perfil para aquele tipo de colégio", diz Fábio Barbirato, chefe do setor de Neuropsiquiatria da Infância e da Adolescência da Santa Casa, no Rio de Janeiro. "Os pais precisam conhecer o perfil de seus filhos."

A política de seleção dos melhores não pode servir para educar a média das crianças, uma exigência social. Não há nada a opor a uma política de seleção rigorosa. Mas um país que precisa oferecer educação de qualidade para todos precisa se preocupar com aqueles que não passam por esse funil - a ampla maioria.

O ambiente de alta pressão tem ainda um custo emocional para aqueles que não se adaptam. Em geral, aumenta o nervosismo da criança, que fica exposta a um grau elevado de exigência antes de ter amadurecido. Os sintomas são noites maldormidas ou mesmo crises nervosas antes de algumas provas. Em alguns casos, o peso da cobrança pode gerar traumas. O médico Barbirato tem promovido uma cruzada contra os transtornos de ansiedade causados pela vida escolar. Diz que, diariamente, na clínica e em seu consultório particular, atende crianças em sofrimento decorrente da pressão dos estudos. Para Jorge Harada, chefe da área de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria, o estresse dessas escolas desencadeia um processo orgânico que pode levar à perda da imunidade e causar até anemia. "Vivemos numa sociedade competitiva, mas a escola não pode ser uma fábrica de pessoas em série. É preciso respeitar as singularidades de cada um", diz.

Os pais precisam estar atentos as cobranças da escola e observar as reações do seu filho!Escolas que selecionam através de pequenos vestibulares,que mandam tarefas em exagero e não abrem espaço para brincadeiras devem ser questionadas!

Apesar da expectativa dos pais, o ensino tradicional, também não garante sucesso na carreira. "Mesmo no caso de crianças que suportam a pressão das escolas tradicionais, não existe certeza de que serão adultos bem-sucedidos", diz Quezia Bombonato. "Muitas vezes são alunos com capacidade de absorção de conteúdos e boa memória, mas cujos dons específicos não são devidamente explorados." Segundo Quezia, o processo completo de aprendizado de um jovem é formado de muitas variáveis. Se o que ele aprende não faz sentido para a vida, isso poderá ser percebido num futuro mais distante, quando ele estiver frente a frente com suas decisões profissionais. "As pressões que ele sofreu nos bancos escolares podem se transformar em problemas de percepção ou relacionamento na vida adulta, comprometendo o sucesso de suas realizações", diz ela.

Não procuro a melhor escola para minha filha, mas sim uma escola onde ela se sinta bem, seja respeitada, onde ser criança possa ser prioridade e os conteúdos realmente façam a diferença em sua vida!!!

Caso queira ler o texto na íntegra é só clicar aqui
E para você,qual é a melhor escola?
Deixe aqui seu comentário e sua opinião!

Beijos
Professora Melissa

11 de agosto de 2011

Blogagem coletiva: Estudar vale a pena


Sempre falo aqui sobre a Educação Infantil e a sua importância, mas devemos lembrar que o incentivo à educação não pode parar! O Instituto Unibanco promove hoje, dia 11 de agosto, dia do estudante, um momento pela causa #Estudar Vale a Pena!

Constatar que poucos chegam ao ensino médio não é novidade para mim, como filha de professora de Língua Portuguesa no ensino médio sempre via minha mãe preocupada com a evasão de seus alunos por diversos motivos: gravidez, cansaço, drogas, ciúmes de namorado e principalmente o abandono por ter que trabalhar!

E minha mãe era aquela professora que não desistia nunca do seu aluno! Queria ser amiga, queria compartilhar suas expectativas e tentava mostrar que sempre tem um caminho para quem não desiste! Muitas vezes deixava a matéria de lado para ouvir os desabafos dos seus alunos e sempre tinha uma palavra amiga, um empurrãozinho para que eles não desistissem! Falava muito sobre cidadania, sobre o futuro de quem conclui seus estudos e que mesmo sem condições financeiras se esforçam, conseguem entrar em uma faculdade e melhorar a qualidade de vida.

Existem muitos motivos para a evasão escolar no Ensino médio, mas acredito que com o empenho do professor muita coisa pode melhorar pois pesquisas apontam que entre as causas do abandono, o desinteresse é um dos fatores predominantes, representando 40% nos motivos citados!

Um professor empenhado, com aulas dinâmicas e principalmente atento às necessidades dos seus alunos faz a diferença!

4 de agosto de 2011

Dia dos pais:7 erros das escolas!

Por mais que sejam datas impulsionadas pelo comércio, comemorações como o Dia dos Pais raramente passam em branco nas escolas. É muito comum que os educadores planejem festas para homenagear os pais ou peçam que a turma produza presentes. Se esse é o caso de sua instituição, é desejável que as comemorações estejam vinculadas a um projeto ou a uma sequência didática já planejada no currículo, com foco no conteúdo e não em um presente para uma determinada pessoa.

Pode-se pensar em exemplos para todas as disciplinas. ''Nas aulas de Artes, por exemplo, pode ser proposta a produção de um cartão inspirado na obra de um artista estudado e sugerir que seja dado a uma pessoa especial. Seja para o pai, para a mãe ou para um amigo,'' recomenda Priscila Monteiro, consultora da Fundação Victor Civita.
Os eventos também devem ser estruturados contemplando os conteúdos previstos nas disciplinas, uma vez que são formas de convidar a comunidade para dentro da escola. Um projeto para o estudo de um gênero literário pode ter em uma de suas etapas a exposição de textos feitos pelos alunos. Vale, então, socializar a produção da turma - chamando não apenas pais, mas também mães ou outros adultos que sejam referências às crianças.
Outra questão nunca pode ser ignorada: como participa a criança que não tem contato com o pai? Deve-se sempre levar em conta que a família considerada tradicional, formada por pai, mãe e filhos, dificilmente é a realidade na casa de todos os alunos. São muitas as possibilidades de estrutura familiar: monoparental feminina (mãe solteira, separada ou viúva), crianças que moram em abrigos, com avós, são filhas de casais homossexuais etc. Se o professor fizer um levantamento sobre como é a vida de cada aluno, certamente perceberá que pode excluir ou constranger alguém ao propor uma grande homenagem - o que talvez seja motivo para repensá-la. A seguir, você confere mais detalhes sobre esse e outros equívocos na comemoração do Dia dos Pais nas escolas:

7 equívocos na comemoração do Dia dos Pais



1- Ignorar os diferentes tipos de família no planejamento do calendário escolar.
Pautar os encontros para a socialização da aprendizagem da turma de acordo Dia dos Pais ou Dia das Mães exclui as crianças com outros perfis familiares.

2- Usar o tempo das aulas para a confecção de presentes desvinculados do conteúdo das disciplinas.
O horário letivo deve ser exclusivamente dedicado às situações de aprendizagem.

3- Propor a elaboração de cartões, pinturas ou poemas que não permitem a criação individual da criança.
Exibir um modelo e pedir que as crianças o reproduzam não favorece o percurso criador e não dá espaço para que as crianças registrem sua marca na obra.

4- Obrigar todos os alunos a participar das comemorações.
As ações focadas em homenagear um familiar podem deixar um aluno que não quer participar constrangido, seja qual for o motivo de seu incômodo.

5- Expor a intimidade de algum aluno durante a realização de uma atividade.
Não é adequado dizer à classe "fulano está dispensado da atividade porque seu pai faleceu" ou "o pai de beltrano não virá porque está preso". É preciso ter bom senso para não divulgar o que é da esfera íntima do aluno. O educador deve zelar para que a criança que escolha não participar tenha sua privacidade protegida.

6- Avaliar a participação de um aluno em uma atividade vinculada à efeméride.
O professor não pode dar ênfase aos momentos em que o conteúdo não é o foco de um projeto e, menos ainda, avaliar o desenvolvimento do aluno pela participação em uma atividade que nada tem a ver com o currículo.

7- Realizar a festa durante o horário letivo.
Mesmo que o evento seja planejado como forma de socializar a produção dos alunos, deve-se considerar que muitos pais não têm como se ausentar do trabalho. Ao planejar as atividades, é necessário refletir sobre os momentos em que a maioria da comunidade pode participar e criar alternativas.

Este ano na escola em que trabalho faremos uma festa no final de agosto,onde reuniremos a família das crianças para um dia de atividades divertidas e exposição dos trabalhos confeccionados pelas crianças no Projeto de artes!
(Revista Nova Escola)