6 de janeiro de 2012

O que podemos aprender com o sistema educacional da China?

Lendo um texto do Gustavo Ioschpe (economista e especialista em Educação) no qual ele falava de uma viagem feita a China, com o objetivo de conhecer o sistema educacional de Xangai, que conquistou o primeiro lugar no Pisa (Teste realizado a cada três anos pela OCDE (o clube dos países desenvolvidos), mede o conhecimento de jovens de 15 anos de idade. Começou a ser realizado no ano 2000 em 32 países (entre eles o Brasil, que ficou em último lugar) e, na edição de 2009, contou com 65 participantes (ficamos novamente na rabeira: entre a 53ª e a 57ª posições) , comecei a refletir sobre como precisamos aprender para melhorar a educação em nosso país!

Claro que não precisamos copiar (e nem tem como) o sistema chinês, mas muita coisa dá para aproveitar e ajudar a criar estratégias para o Brasil.

Como já sabemos o principal ponto é o professor, diz o texto que "A China se deu conta de que precisava de bons professores, e em grande quantidade, para dar o seu salto", investiu nos bons professores (de acordo com os  resultados eles recebem bonificações) , eliminou funcionários administrativos (Se o fundamental é o professor, aquilo que é menos importante precisa ser sacrificado), tratou de colocar os melhores professores para atuar em salas com grande número de alunos ( Os chineses entenderam que é melhor ter quarenta alunos em contato com um bom professor do que vinte, em duas salas, uma com um professor bom e a outra com um ruim.);



Outro ponto a ser destacado nessa pesquisa feita por Gustavo Ioschpe é que   "...além de precisar demonstrar sua qualidade, para ter remuneração mais alta o professor deve se comprometer com um aumento substancial no número de horas de treinamento. Os aumentos salariais não são uma gratificação: são uma contrapartida.". Quer dizer, o professor precisa passar por treinamentos, só a faculdade não basta, a reciclagem é fundamental!

 "Os professores precisam esforçar-se, dar boas aulas e obter bom rendimento dos alunos para receber bonificações e aumentos. Os melhores professores viram diretores. Os bons diretores das escolas medianas são transferidos para escolas melhores, em seguida para as escolas-chave. Depois para a administração municipal, então para a da província, até chegarem ao ministério. Cada pessoa é valorizada de acordo com o que agrega ao sistema."

Fala-se também da coletividade, todos se ajudam! O professor costuma ser muito centralizador, ele prefere manter o conhecimento só para ele, não divide as "boas ideias" com seus colegas com medo de que alguém copie e faça melhor que ele! Vivi muitas situações assim e esse foi o principal  motivo de criar este blog: dividir o que faço e o que aprendo! Na China eles fazem isso, a troca é constante, grupos de estudos são obrigatórios!

 O currículo escolar é padronizado ( leia aqui que existe intenções para que no Brasil seja assim também): "As províncias chinesas têm um currículo padronizado. que especifica o que deve ser ensinado a cada aula, com objetivos claros de habilidades e conhecimentos que o aluno deve dominar a cada semestre. Na maior parte do mundo é assim; o Brasil é um dos poucos lugares em que prevalece a ideia de que é democrático que cada professor e escola decidam o que ensinar e como, atendo-se apenas a parâmetros curriculares genéricos."

O professor precisa ter claro o que e como ensinar, ele tem que ter orientações precisas sobre o seu trabalho!  
E o que mais me chamou a atenção foi que quando uma escola não está indo bem, outra escola é chamada para ajudá-la, os bons professores se deslocam até ela, junto com o vice-diretor e eles têm dois anos para conseguir melhorar o nível daquela escola. Caso consigam, são premiados! Não é o máximo?

Que em 2012 possamos conhecer e aprender mais sobre educação, que possamos usar a coletividade, a troca e a curiosidade que nos move para fazer do Brasil um país melhor!





 

3 comentários:

  1. Muito interessante, Melissa. Acho que todos os países deveriam considerar modelos de educação bem sucedidos. Como você mesma diz, não é preciso copiar, mas tem muita coisa boa que pode ser adaptada à realidade local.

    Beijos,
    Cecília

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  2. Olá Mell, quanto tempo não passo aqui no seu blog pessoal. Depois de tanto tempo, vim agradecer seus comentários no meu post sobre meu pestinha favorito. Acho que todas nós temos pestinhas que se tornam amados pelo simples fato de despertar nosso amor mais puro.
    Espero que Deus esteja com vc em 2012 junto a sua família e em seu trabalho.
    Beijocas
    Cris Chabes

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  3. Se você observar bem verà que não é somente o professor que faz a diferença , as familias também,uma realidade bem diferente do Brasil.

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